quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Quem escolheu o meu futuro foi mamãe


Na pressão de qual faculdade cursar, pais acabam não ouvindo a opinião dos filhos, traumatizando-os

(Publicado em www.jornalmateriaprima.com.br
Editoria: Crônica)

“ Com a proximidade do final do ano, as maiores universidades do País dão início à maratona de vestibulares. Passado o tormento da escolha da profissão, outra dúvida costuma tirar o sono dos vestibulandos nos dias que antecedem o período de inscrições: qual faculdade cursar?”
(inspiração: www.metodista.br- Publicado em 19 de setembro de 2008)

Por: Meiryellen Formigoni

Mamãe não para de gritar. É absurdo. Eu preciso dormir mas ela nunca vai entender. Vai falar que é preguiça, frescura, menos cansaço.
- Calma aí, manhêêê! Eu já vou...

Mais uma vez, me rendo a rotina de estudos. Época de vestibular é um saco, não tenho vida social, não falo com meus amigos... Festa então? Só posterior às provas. Isto é, se eu passar.

Às vezes acho que meus pais nunca tiveram a minha idade. Aos 18, eu só queria sair com a galera nos finais de semana, tomar uma cervejinha e conversar com a mulherada. Mas, ao contrário disso, o único porre que ando tomando, é o de livros de biologia. Detalhe: isso porque eu nem sei se eu quero realmente ser médico.

- Meu filho, por que você não está lendo? Ainda faltam três horas para você terminar o seu horário de estudos.
- Ahh mãe, eu só quis descansar um pouquinho.
- Quer dizer que quando você estiver formado e tiver que fazer uma cirurgia de oito horas, você vai parar para descansar?
- Mãe, eu só queria...
- Quieto! Pegue suas coisas e vá para escrivaninha estudar.


Putz! Ela nunca vai entender. Eu acho que essa coisa de química, biologia não é comigo. Eu queria mesmo é fazer arte, ser artista de teatro, cinema, novela... mas eles nunca iriam me aceitar desse jeito. Lá vou eu, novamente, estudar átomos e células.

- Mãaae!!!
- Que é menino? Já terminou de estudar?
- É que eu queria te dizer uma coisa: eu não sei se vou gostar de ser médico, ver sangue...
- Shiiiiiiu! Pense no que é melhor para o seu futuro, ninguém fica rico do nada, você tem que se preparar. E essa coisa de gostar ou não, não existe. Com o tempo você se acostuma.

Mais uma tentativa inútil. Isso porque nem falei pra mamãe sobre o show de hoje à noite. As vésperas do vestibular, ela não vai nem pensar pra dizer não. O jeito vai ser mentir.

- Alô, João? Cara, minha mãe ficou surtada por causa do vestibular e não me deixa fazer nada além de estudar. Preciso de uma forcinha sua para ir ao show hoje à noite.
- Claro brother! Eu compro seu convite e na hora que ela pegar no sono, você sai de fininho pela janela do seu quarto. Ela nem vai ver. Eu faço isso direto!
- Ah João, será?
- Confia em, cara, tudo vai dar certo.
- Ai meu Deus, vou mentir pra mamãe. São quase 22h, ela já foi dormir e acha que eu também. É hora de agir.
- Tum!Tum!
- Ufa, ainda bem que cheguei ao chão sem me sujar.
- Vamos lá!
- Ufa de novo, ainda bem que o João já estava a postos pra me “salvar”.


O show não foi lá aquelas coisas, mas pelo menos eu sai da escrivaninha para fazer algo normal. Vi muita gente, matei a saudade dos amigos... enfim, já eram 5h30 e eu já estava entrando em casa. De fininho, fui correndo para o meu quarto, sem ninguém acordar.

- Gram, gram!
- Mamãe??? O que você está fazendo aqui a esta hora?
- Eu é que te pergunto: O que você faz fora da cama, sem minha autoriazação, às 5h30 em véspera de vestibular?
- Ah mãee, eu só queria me diver...
- Cala a boca! Vai dormir. Não quero ouvir mais nem um “piu”. Amanhã você vai acordar às 8h e passar o dia todo estudando, pausando apenas para comer, estamos entendidos?
- Mas mãe, já são quase 5h e eu preciso descansar!
- Pensasse nisso antes. Amanhã te acordo às 8h.


Ai que ódio, que raiva, que sacanagem! Ela nuncaaaaa, nunquinhaaaaaa vai me entender. Que saco! Depois de dormir apenas duas horas e passar o resto da semana estudando feito louco, com a minha mãe me vigiando, é claro, chega o dia da bendita prova.

- Bom dia, seja bem vindo à universidade da rede Siferro. Qual é o número da sua inscrição?
- Inscrição? Ah sim, mamãe passa pra mim o número...
- Então, o número ... é... Mas precisa mesmo moça?
- Claro minha senhora, como quer que seu filho seja matriculado caso passe no vestibular? Preciso do número de inscrição...
- Mamãe, vai me dizer que a senhora se esqueceu de fazer a inscrição?
- Vamos embora agora, essa faculdade tem frescuras demais para o meu gosto. Vamos lá fazer sua inscrição no curso de artes cênicas, meu filho em vez de médico vai ser artista. Pelo menos não precisa de toda essa burocracia.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010


O que o amor?
Pode ser uma flor, um detalhe, um toque ou simplesmente o silêncio.
Para alguns é frescor de primavera, cobertor no inverno, tons particulares pulsantes da alma.
Talvez seja a tradução das carícias, dos abraços e beijinhos. Mas também pode ser transformado
em cumplicidade de olhares.
O amor pode ser uma brisa, um furacão ou simplesmente um pulso agitado dentro do peito.
Mas, sem dúvidas alguma, o primeiro amor que devemos sentir é aquele que grita incansavelmente dentro de nós. Em alguns é sigilo, em outros desprezo da independência.
É uma flor que floresce no jardim da alma. Um espinho que perfura a mais delicada pele dos dedos sem se dar conta do encomodo que causa.
É um passarinho voltando ao seu ninho com comida aos filhotes e uma mãe cedendo a sua parte da sobremesa, só para ver sua princesa sorrir.
É saber ceder, compartilhar, emocionar.
É compreender, aceitar, se doar.

O amor não se resume só em alegrias, muito menos em perfeição eterna.
Mas o amor se consagra nas vitórias do dia a dia, todas as vezes que o outro falha, e você com a maior felicidade do mundo, concede o seu perdão.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

A falta de consciência também pode queimar

Só no início de setembro foram registrados mais de três mil focos no Estado, índice elevado e prejudicial à natureza




Por: Meiryellen Formigoni
(Publicado em:
www.jornalmateriaprima.com.br
Editoria: Opinião)



A estiagem que atinge principalmente o Sul do Brasil nos últimos meses vem causando danos gravíssimos à natureza. Todos os dias noticiários demonstram o estrago que o fogo está causando na flora do Brasil. Manchetes demonstram a preocupação da sociedade perante o descaso do homem inconsciente e as divergências climáticas.


O vento forte e o clima seco dessa época do ano pioram ainda mais os focos de incêndio, que tomam força e causam grandes desastres ambientais. Segundo informação do jornal O Diário do Norte do Paraná, publicado no dia 14 de setembro, de 1° de agosto a 13 de setembro, foram registrados 158 ocorrências de focos de incêndio em Maringá. No Estado, já passam de 3.200 casos. Índice alto e que deveria servir como alerta à população, para que tenha mais cuidado ao “brincar com fogo”.

Além dos danos causados pelas queimadas, a fumaça produzida pelo fogo também é prejudicial ao ser humano, provocando doenças respiratórias e crises alérgicas. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, cerca de 30% da população mundial sofre de alergias enquanto no país o índice é 5% maior. Se os dados são consideráveis em épocas ‘normais’, deve - se repensar o quanto esse índice aumenta e a maneira como as pessoas, que têm crises alérgicas e respiratórias, sofrem quando as queimadas começam e a “fumaça sobe”.

Conscientização nesse momento é o essencial. Em vez de pôr fogo “naquele mato”, o indivíduo poderia plantar uma árvore, ajudando a diminuir a extinção de algumas espécies.

Jogar bitucas de cigarro à beira das rodovias. Ato comum, insano e impensado que pode acender uma chama, destruir a mata presente no local e ainda causar graves acidentes causados pela fumaça e invisibilidade da pista, bem como animais que tentam fugir do fogo e acabam provocando acidentes ainda mais graves. Resultado dessa insanidade: mortes. Sejam vidas humanas postas ao risco, sejam animais ou a própria natureza, todo mundo sai perdendo e mesmo assim alguns demoram a se dar conta.

Há muito mais a se fazer do que simplesmente destruir. O problema inicial desta questão é analisar que sendo um incêndio, proposital ou não, vidas estão se perdendo, pessoas estão sendo prejudicadas desenvolvendo doenças que também podem levar à morte. Enquanto isso, o que ainda se percebe é a existência de alguns “bonecos bobos” insistindo em ver o “matinho queimar” ou o fim do cigarro “voar pela janela”. E nesse atraso cultural, as calamidades se multiplicam a ponto de sempre se procurar um culpado e nunca encontrá-lo.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

E começa e jogo...

São só duas semanas.
Benditos 14 dias que atormetam minha vida, modificam minha estrutura e balançam meu humor.
Causam insônia, corpo cansado, tensão, vida social esquecida.
De 60 em 60 dias, tudo fica caótico.
O seu humor não faz nada além de me magoar.
O meu humor não faz nada além de não existir.
E o meu sorriso? Bem, este eu esqueço na gaveta todas as vezes que o telefone toca.

É principalmente durante esses 14 dias, que tudo acontece, que a situação se complica, duplica, multiplica.

Nem sempre eu saberei dissertar sobre as perguntas que fizerem...
Pouco provável que eu consiga me adaptar as gráficas e grafias da editoração...
e menos ainda, que eu sobreviva com a 'captura de momentos'.
Acho complicado compreender todos os "ia" seja na filo, na socio ou na psico.

O que me prende de verdade, é a exatidão, a força.
A coragem de demonstrar o mundo por meio das telas, da voz, dos pensamentos.
Mas penso o quão arduo é a caminhada até chegar "lá".

São duas semanas a cada sessenta dias, que são responsáveis por tudo que possa ficar 'a flor da pele'. A ponto de explodir, pirracear e chegar ao limite.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

EDITORIA: CRÔNICA - JORNAL MATÉRIA PRIMA (ACADÊMICA: MEIRYELLEN FORMIGONI)

(Publicado também em www.jornalmateriaprima.com.br)
____________________________________________________________
O barato que acabou saindo caro demais

Na ilusão de realizar o sonho, estudante de direito acaba sendo enganado pela empresa Fodevoc na cidade de Marocaste


Imagem/Camila Munhoz
"Segundo o Ministério das Relações Exteriores, o número de pessoas que foram deportadas ou tiveram negada a entrada em outros países quase dobrou de 2005 a 2006, chegando a 13,5 mil pessoas, e manteve a mesma tendência nos anos seguintes."
G1.globo.com – Publicado em 3 de agosto de 2009

Meiryellen Formigoni
Uma tempestade pairava sobre a cidade de Marocaste. Era sábado e junto com a chuva que debulhava do céu, uma nuvem de dúvidas atingiu minha cabeça. Eu queria muito conhecer o exterior, mas como na vida de todo acadêmico, a grana era curta e a faculdade de direito me tomava a maior parte do tempo. Adormeci.

Depois do longo final de semana chuvoso, chega segunda-feira. Levantei-me apressado para não perder a aula, nem a prova do professor Trovajão. Como se não bastasse o meu jeito atrapalhado e desatento, correndo, escorreguei em umas folhas de papel que estavam no chão. Fiquei todo sujo de lama e com vontade de xingar até as pedras. Entrei em casa para trocar de roupa e ir à aula.

Voltando à entrada de casa, percebi que vários exemplares do mesmo folheto (que foi responsável pelo tombo), estavam espalhados por toda a quadra. Peguei um e li.

- A Fodevoc está oferecendo passagens aéreas para os Estados Unidos por menos da metade do preço. Venha conferir.

Apressado, fui até a tal empresa, que tinha nome esquisito, mas iria me satisfazer.

- Ô moço, me vê aí uma passagem pros Estates!

Aahh aquela passagem! Nunca me senti tão feliz. Corri pra casa, arrumei as malas. O avião ia partir às 18h. Esqueci-me até da prova do Trovajão.

- Ô grandalhão, onde eu embarco?
- O avião está esperando em outro lugar. Vamos, suba para o ônibus.


Peguei as malas e nem pensei. Quando acordei me deparei com a pior cena da minha vida: Fronteira do México.

- Mas, como assim? Grandalhão, eu paguei pra ir pros Estados Unidos, não pro México! De ônibus!
- Cala a boca, senão te mato! Entra logo nessa porcaria de fronteira e corre, porque se você for pego, os caras te matam lá na frente. Vamos! Não queria conhecer os Estados Unidos? Agora você vai fazer um tour primeiro pelo “inferno”.


Pasmado e sem rumo, com aquela arma destrambelhada na minha nuca, saí correndo do ônibus. Eu ouvia os tiros, mas nem olhava para trás. Atravessei o rio mais rápido que um golfinho.

- Ufa, cheguei.

Depois de atravessar a correnteza, consegui me acomodar bem do outro lado da margem do rio, sem que ninguém me apanhasse. Mesmo estando longe da minha viagem dos sonhos, ainda matutava uma maneira de conseguir conhecer os Estados Unidos.

- Tum! Tum! Paah! (...) Foram dois socaços e a queda inevitável.

Quando eu acordei, na manhã seguinte, estava na cadeia de Washington, sendo acusado de contrabando e travessia ilegal. Os caras da cadeia me olhavam torto e o sufoco que passei para não apanhar lá dentro foi demais.

- Ei! Venha que o delegado quer te ouvir. Senta aí, que ele já vem.

Passados alguns minutos o delegado entra:

- Professor Trovajão? O que você tá fazendo aqui?

Super assustado, o Trovajão não conseguia nem responder. Ele vivia viajando, até aí tudo bem. Mas o que eu não sabia é que ele tinha outro emprego, fora da instituição (o que era proibido). Ele pediu para que os guardas saíssem da sala.

- Você tá liberado, moleque. Mais ai de você se essa história sair daqui.
- Mas, professor Trovajão, o que eu ganho com isso?


Pois é, não conheci os Estados Unidos como eu queria, mas mesmo sem dinheiro no bolso, voltei pra casa de graça, na classe A do avião, virei cúmplice do professor mais temido da universidade e ,de quebra, tirei 10 durante todas as provas do ano.


EDITORIA: ENTREVISTA - JORNAL MATÉRIA PRIMA / EDIÇÃO 307 (Meiryellen Formigoni)

(Publicado também em www.jornalmateriaprima.com.br)

________________________________________________


“O povo é formado por uma múltipla cultura”

Durante sete anos, a professora doutora Renata Lara se dedicou aos estudos e divulgação da folkcomunicação


Imagem/Arquivo pessoal
Renata Lara: "Eu gostaria que essa ideia ficasse"
(Meiryellen Formigoni)
Em uma noite fria, de cortar os lábios, a equipe do jornal Matéria Prima esperava a professora doutora Renata Lara, 35, que chega ,apressada, ao nosso encontro. Ela é bacharel em comunicação social com habilitação em jornalismo pela UEPG (Universidade Estadual de Ponta Grossa), mestre em educação pela Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba) e doutora em linguística pela Unicamp (Universidade de Campinas).

A conversa girou em torno da introdução e o desenvolvimento dos estudos folkcomunicativos, assunto que a professora doutora ( que dispensou ser chamada de “senhora”) aborda com os alunos do Cesumar (Centro Universitário de Maringá) há sete anos, rendendo inclusive a criação de um seminário de folkcomunicação. Em pouco mais de meia hora de conversa, ela explica a presença dos estudos folkcomunicativos no cotidiano, as análises feitas por ela e como surgiu a ideia de criar o Seminário de Folkcomunicação, facilitando a aprendizagem e a interatividade dos alunos.

A folkcomunicação é uma teoria muito conhecida dentro dos cursos de comunicação social, mas é um tema desconhecido para a maioria das pessoas. De que maneira a folk está presente no cotidiano?
Até entre os cursos de comunicação social a folkcomunicação não é tão estudada quanto se pensa. Mas, em relação à presença folkcomunicativa no cotidiano das pessoas, é necessário compreender que, quando falamos em folk, estamos pensando em manifestações folclóricas de perpetuação, reconfiguração ou mesmo modificação da cultura popular. Pode ser por meio de gestualidades, meios artesanais etc. Para se fazer ouvir não necessariamente produzindo resistência.

E de que forma você se posiciona perante a participação dos indivíduos nessas manifestações populares?
Essas participações marcam, de um modo bastante amplo, que o povo é formado por uma múltipla cultura. Esse povo representa a diversidade brasileira na sua possibilidade de “confronto”, em que não há simplesmente a assimilação dessa cultura midiatizada e imposta pela elite econômica. É um povo que mesmo consumindo produtos midiáticos coloca -se ainda com características próprias. Hoje o sujeito ainda necessita de divulgação midiática para sobreviver. Á exemplo disso, temos a Festa de Parintins (Amazonas) que, embora hoje tenha se transformado numa grande produção midiática e turística, ainda preserva elementos próprios de uma cultura determinante daquele local.

Como estão os estudos e pesquisas sobre a folk no Brasil?
A folk passou a ser muito difundida, principalmente, a partir da ação de pesquisadores, como Marques de Melo, Roberto Benjamin, e pelos textos de Luiz Beltrão, fundador da própria teoria, colocando em circulação as manifestações folkcomunicativas. Quando falo que ela não é reconhecida, é no sentido de ser, ainda, pouco trabalhada. Atualmente, as pesquisas tem sido intensificadas principalmente à partir de grupos difundidos no núcleo de Folkcomunicação do Intercom, (Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação), embora ainda haja resistência por parte de professores e pesquisadores que desconhecem a potencialidade de tal referencial. Não só com relação aos estudos da folk em teorias da comunicação, mas também em Análise de Discurso, perspectiva francesa de Michel Pechêux, porque ambas, irão trabalhar com a desestabilização das “bases” e isso incomoda.

Há alguns anos, durante as aulas de teorias da comunicação ministradas no Cesumar, você introduziu a participação ativa dos alunos no estudo da folk por meio da realização de seminários. Como surgiu essa ideia de interação criativa entre aluno/ conteúdo?
A primeira vez que realizei o Seminário FolkCom foi em 2004. Foi um evento interno, para complemento avaliativo à prova. Naquele momento, comecei a observar que a folk [comunicação] permite realizar e transformar em prazer um trabalho teórico, metodológico e de pesquisa. Isso é visivelmente perceptível pelo próprio aluno, que acaba se identificando com a perspectiva folkcomunicativa justamente porque ela foge à essa "moldura elitizada" de referencial teórico formalizado. Eu não pensava que [o evento] fosse tomar dimensões maiores, mas ano após ano eu me surpreendia com as apresentações e o evento, aos poucos, foi crescendo.

Você disse ainda há pouco, que os alunos te surpreenderam com as apresentações e fizeram o evento tomar dimensões maiores. Há alguma pretensão, perante isso, de divulgar ou de ampliar o evento para que seja reconhecido socialmente?
Esse interesse sempre existiu. Este ano, por exemplo, houve produção de banners, construção de um blog, produção de vídeos das apresentações, e fizemos tudo isso sem nenhum apoio financeiro ou recurso, até porque esse projeto não chegou a ser inscrito como projeto de ensino. Temos que considerar que existem dificuldades que acabam impossibilitando o desenvolvimento do próprio projeto. Mas a dificuldade também é a condição do docente que não tem o tempo dedicado à pesquisa, porque trabalha como “horista” e não tem esse tempo para se envolver com projeto de pesquisa/ensino e acaba não tendo respaldo institucional. Se dependesse única e exclusivamente do desejo docente e dos alunos, acredito que esse evento já teria se concretizado há muito tempo. Agora, pensar na concretização desse projeto, já é uma coisa que hoje eu não tenho como afirmar, diante dessas condições. Mas eu gostaria que essa ideia ficasse, que alguém pudesse levar adiante algum dia, tornando, realmente, um projeto de ensino essa idealização que foi iniciada há tanto tempo.

REPORTAGEM - JORNAL MATÉRIA PRIMA / EDIÇÃO 307 (Acadêmicas: Aline Boone e Meiryellen Formigoni)

(Publicado também em www.jornalmateriaprima.com.br)
_________________________________________________

Namoro fast-food, tendência no século 21

A busca por prazer tornou-se fundamental nos relacionamentos; agora é na prática sexual que os casais se conhecem


Imagem/Aline Boone
Atualmente casais optam por sexo como forma de se conhecer
(Aline Boone)
Até recentemente o namoro representava a fase em que homem e mulher passariam mais tempo juntos para se conhecer. Era nesse período, num processo relativamente lento, em que se percebiam semelhanças e diferenças que poderiam levar a um longo ou a um curto tempo de convívio. Assim como a sociedade, o namoro se modificou com os anos, mas está longe de representar aquele tempo de descobertas. O namoro, agora, pode estar se tornando apenas uma busca mais acelerada, e facilitada, por sexo e prazer.

Houve mudanças na sociedade. Hoje as pessoas têm outros valores, a cultura mudou, os costumes se modificaram. O que era proibido há algum tempo, hoje não é mais. O namoro é um desses fatores, que deixa bem claro como a forma de "conhecer o outro" passou por um contraste.

A vendedora de caldo de cana Ângela Veçanha, 61, relembra como era o namoro na época em que era jovem. “Antigamente, no namoro, a moça sentava-se em um canto e o moço do outro, não tinha esse negócio de ‘agarra-agarra’. Não tinha isso de ‘ficar’, namorar era coisa séria. Era necessária a aprovação dos pais”, disse. Para Ângela a influência da mídia, a ausência dos pais e a forma de as mulheres se vestirem, ajudaram para que o namoro perdesse a essência.

A mudança de comportamento das pessoas na sociedade veio acarretar transformações no modo de se relacionar, não apenas no namoro. De acordo com a psicóloga Gilcinéia Rose da Silva Santos, os vínculos afetivos são importantes nesse momento. “Os pais precisam ter mais tempo com os filhos. O contato é pouco, então esses filhos, dessa sociedade modernizada, levam isso para o relacionamento, onde vai existir um não envolvimento, por causa de ‘N’ motivos. Um deles é esse conhecer um ao outro, aprender a conviver com os defeitos da pessoa, aprender a se frustrar e mesmo assim estar junto. Os jovens têm dificuldades de aprender isso em casa”. Ela completou: “Hoje, vemos os relacionamentos como fast-foods, uma comida rápida, eu preciso experimentar tudo e muito rapidamente para ver se essa pessoa é boa o suficiente para mim. Senão, já vou trocá-la”.

O sexo casual é algo que cada vez mais está sendo praticado. O prazer está sendo buscado compulsivamente. A sexóloga Eliane Rose Maia Braga explicou o motivo de as pessoas, hoje, interessarem-se tanto por sexo nos relacionamentos e fora deles também. “Antigamente, o desejo ficava escondido, negado, sublimado, hoje não. Se as pessoas têm desejos elas transam, se os indivíduos se respeitam, e sabem o que querem da vida deles, não tem problema. Sexo é bom, para quem gosta e para quem faz consciente. É, sim, uma forma de se conhecer. A mídia é uma das principais influências para as pessoas exporem os desejos. Controla desde crianças até adultos”. Para Eliane, em um relacionamento, as pessoas devem ter respeito por sí e pelo outro. “Deve existir diálogo entre o casal, aprender um ao outro é vital, e, claro, amar-se. Assim, acredito que serão felizes”.


Adolescência e os riscos do amor precoce


Garotos procuram melhorar o desempenho com as parceiras e apelam para métodos prejudiciais à saúde e à mente


(Meiryellen Formigoni)
O sexo na atualidade perdeu os tabus, preconceitos e até mesmo o valor. Foi, de certa forma, vulgarizado. Por conta disso, os pais acabam aceitando que os filhos se relacionem sexualmente com os namorados ação dentro da própria casa, sem nenhum empecilho. Enquanto isso, instruções de prevenção, que deveriam prevalecer, são esquecidas. Métodos contraceptivos e preventivos, como o uso da camisinha e do anticoncepcional, deveriam ser incluídos também nessa “atitude liberal”. Por esse descuido, o que se analisa socialmente são meninas grávidas cada vez mais cedo e meninos tentando se reafirmar perante as parceiras, ingerindo medicamentos desnecessários juntamente com drogas e álcool.

Jovens se relacionam intimamente assim que o namoro começa, deixando de lado toda aquela ansiedade, e até então necessidade de conhecer o outro. A porção sentimental está sendo deixada de lado, excluindo do relacionamento os valores, o companheirismo e o amor. Fatores como esses, levam a maioria dos jovens, a procurar primordialmente o prazer, em vez do afeto. O desempenho com as parceiras, para os meninos, passa a ser algo essencial e para realizar esses fetiches, eles acabam usando métodos que além de serem contraindicados, causam danos à saúde, podendo levá-los da dependência psicológica até a morte.

Segundo a reportagem realizada pela Gazeta On line, em 17 de julho de 2009, os jovens estão apelando para o uso de estimulantes sexuais, indicados para idosos com dificuldade de ereção: o Viagra. O urologista Eduardo Marsiglia, entrevistado pela reportagem da Gazeta, deixa claro, em sua declaração, os problemas psicológicos que o medicamento causa. "Tenho pacientes jovens que estão dependentes e usam Viagra em todas as relações, pois eles têm medo de não ser tão bons para as parceiras, quando estão sem usar o remédio.”

Mas há quem enxergue o sexo de outra maneira. O casal J., 19, e R., 20, que prefere não se identificar, conta que o relacionamento começou como forma de amizade. Os dois se conheceram na faculdade e a proximidade os levou a um relacionamento. Ambos deixaram os parceiros e estão juntos. “Sempre nos demos muito bem e ficamos cada vez mais próximos. O nosso namoro foi ‘engatado’ somente depois de um ano, quando percebemos que queríamos ser mais que amigos.” Ainda de acordo com o casal, a intimidade e o sexo foram acontecendo, nunca postos como “essência”. “Hoje pensamos muito no futuro, em ter uma família”, afirma J.

Outro fator que a sexualidade desencadeia, é a gravidez precoce. Para o ginecologista e obstetra Jailton Santiago Junior, 29, o que resulta na gravidez na adolescência é a falta de conscientização por parte dos pais. “É difícil encontrar jovens que venham ao meu consultório em busca de informação e acompanhamento ginecológico ao terem relação sexual pela primeira vez. Algumas mães trazem as filhas, mas infelizmente as acompanham na consulta, o que causa receio, vergonha e até mesmo medo de contar que já tiveram relação.” O médico disse ainda, que esse fator resulta na omissão. As jovens que acabam saindo do consultório com as mesmas dúvidas que tinham ao entrar. “Acredito que falta muita orientação e conscientização não só a esses pais, mas a toda a sociedade”, diz.

sábado, 31 de julho de 2010

A vida...

Às vezes a angústia toma conta do coração atordoado, que já não sabe mais se bate ou se para de bater.
É difícil andar meio a espinhos, tomando cuidado para não se machucar.
É inodoro, incolor e sem sabor beber da mesma água todos os dias. Porém quando se prefere vinho tinto, seco ou suave, e se pede algo de vontade particular, as coisas não são tão simples assim..
O sonho pulsante, era chegar ao final da vida com pele intacta, perfeita e olhar sereno dos 18.
Mas, acabo de crer que ao final da vida muitas cicatrizes, imperfeições e reprovações serão encontradas na pele, no caminho e no coração.
Ao final dos sonhos, as decepções serão ensinamento aos mais jovens, aos mais próximos e mais amigos.
Ninguém sai dessa vida, da mesma forma que entrou.
Nem sempre seremos compreendidos da maneira que desejamos, nem valorizados da forma como merecemos...
Mas Ele, pai de todos nós, sabe quantas pedras encontraremos pelo caminho e quantas vezes serão necessárias o silêncio, para que na pior das hipoteses, sejamos ainda, seres humanos felizes e com força necessária para recomeçar.

Por: Meiryellen Formigoni

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Paciência, Senhor!

Quanta insaniedade. Quanta babaquice.

As vezes a pluralidade dos acontecimentos me levam, meio que sem perceber, a um extremo desconforto mental que me resulta na perda de controle e num possível ataque dos nervos.
Se continuar nesse rítmo, cabelos brancos surgirão antes dos 30.
É desconfortável pensar, que passamos a vida toda buscando, procurando, querendo. Pena que nem sempre pensem e procurem a mesma coisa que queremos.
É uma lástima, saber que os enteresses sociais, que deveriam acolher a organização, a ordem e o progresso proposto na bandeira brasileira, corre cada vez mais ao descaso populacional, necessidades individuais e ao lado desumano.
É indignador, é tenso. É completamente ridículo.

Parece bem mais fácil dizer que depois haverá solução, mais tarde haverá análise ou retorno, do que resolver ou procurar respostas no ato da questão.
É o sistema que gira e foge das suas necessidades e prioridades que, deveriam ser essenciais. O atendimento aos que realmente necessitam. À aqueles que ainda priorizam a luta, nem que for sem glória.

A raça do povo brasileiro, ainda me espanta, me causa admiração e me provoca perpetua indagação.

O defeito de alguns seres humanos, assim como eu, reles mortal, é querer transformar o mundo, mudar o que já foi pre moldado no regime autoritário e transformar a ordem, organização e reluzencia de um departamento. Dai me muita, explendida e sábia sabedoria Senhor.

Por: Meiryellen Formigoni

quinta-feira, 8 de julho de 2010

O vício da Centopéia.

Todo mundo tem uma loucura escondida, um vício irreversível, um fetiche complicado.
O que fazer quando o 'instinto' pulsa mais alto que a necessidade?
Me questiono várias vezes, sempre que entro em uma loja de calçados.
Não, eu não sou uma centopéia, mas meu quarto se estufa com tantos pares. Cores. Modelos.
Tudo parece lindo. Realmente é maravilhoso poder escolher qual usar. Ter 5 pares com cores diferentes do MESMO MODELO! É show. E ter vários pares de diferentes modelos de inusitadas cores? MARAVILHOSO não Acha?

Mas, será que é necessário?

Essa é a dificuldade que os seres humanos encontram pra uma peça básica da vida: o auto controle. A mão coça, os pés já se sentem belos com os modelos.

A moda lança todos os anos coleções de arrazar. E essa necessidade de comprar, é introduzida desde quando somos crianças, e temos que escolher entre a 'sandália da xuxa' ou a "sandalia da ivete". Parece bobo, mais desde cedo aprendemos que a sociedade impõe padrões, que se fazem necessários seguir para não ficarmos fora do 'circulo'.
Este maldito capitalismo, que corroe meu salário, minha pasciência, minha busca pela exatidão.
Um corpo perfeito.
Esse círculo que mais parece um Circo. Onde pessoas ligam mais pra vestimentas do que pro coração. Onde relacionamentos se baseiam no sexo ao invés do amor.
Essa é a bruta realidade na qual vivemos, e cá entre nós, nos acostumamos. E de certa forma, estamos adorando.
Eu ainda me pergunto, porque tenho mais de 50 pares de sapatos, se eu só tenho dois pés???
É o vício da Centopéia. Compra - se cada vez mais, mesmo não havendo necessidade. Só por luxo.

Enquanto isso, se parassemos pra pensar, tem tanta gente passando fome...

Deveriamos nos preocupar com os excluídos do sistema por pobreza, não por não ter o mais novo modelo da Colcci.
Usa- se o que a vitrine oferece sem sequer analisar o que cabe melhor no nosso corpo. Compra-se as cores da estação, mesmo que estas, ceguem os olhos de tão fluorescentes.
Mais estamos ai como bonecos vivos ("felizes" e acomodados) no "circo capitalista."
Lembra da menina brega da faculdade?
Okey, Okey. Ela podia até ser 'brega', mas era a única que andava com as próprias pernas, que usava o que queria.
Não seguia tendências mas também não se rendia a vontade alheia, inserida pelo mercado.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

" 600 dias "

Bendito seja o dia em que eu te conheci.
Bendito seja aquele janeiro onde minha vida ganhou luz, felicidade e uma dose extra forte de amor sincero.

Bendito sejam os teus olhos que me reprovam em atitude errônea e brilham no auge das conquistas.
Bendito seja tua boca e tua sabedoria, que disseminam em meus dias palavras de aconchego, carinho, gratidão. Palavras de sonho, de luta, de desabafos. Palavras que colorem os meus dias e modificam meus pensamentos, sempre que estão confusos.

Já me neguei ao mundo, ao ilusório, ao belo por natureza. Mas seria totalmente tola, se me negasse a você. Se me negasse à esse amor.
Quando eu fecho os meus olhos, imagino como será lindo acordar todos os dias e ter você junto a mim. Como será ver nos olhos dos nossos "nenis" um pouco de cada um de nós, o resultado do nosso mais pleno sentimento.

Bendito é teu corpo, tua face, tua vida que um dia passou a me pertencer por inteiro.
Bendito sejai teus sonhos, para que juntos com os meus formulem uma vida cheia de amor e bençãos de Deus.
Bendito seja eternamente o teu coração, que guarda tanta bondade, tantos desejos e essa infinita fé.

São quase 600 dias ao teu lado. Espero que estes, se multipliquem milhares e milhares de vezes, durante o resto de nossas vidas.
E que bendito seja Deus, que nos uniu naquele dia, sem motivos quaisquer aparentes, sem nenhuma explicação prévia dos porques e dos enganos da vida, sem que nos trouxesse nenhum sinal instantaneo, mais que fizesse o tempo agir calado.
Que da mesma maneira que Deus agiu quando nos fez encontrar um ao outro, purifique, abençoe, guie e ilumine as vontades de nossos corações, nos mostrando apenas os resultados do teu imenso amor de pai.


... Bendita foi hora meu amor, que você passou a fazer parte de mim...

Eu amo você, e irei te amar eternamente.

05 de Julho de 2010.


Nós precisamos estar disponíveis ao amor. Muitas vezes a gente erra. Erra contra as pessoas que ama e erra contra o mundo. Existe sempre uma chance de recomeçar, existe sempre uma chance de fazer de novo aquilo que você errou. Deus sempre torce para que nessa nova chance, você põe os olhos dele. Talvez agente tenha errado em muitas coisas do passado. Machucado pessoas e a nós mesmos. Mais essa é a chance de pedir: cura-me senhor!

(Anjos do Resgate)

Fonte segura não compromete a notícia



O jornal impresso necessita de atenção em todo o processo produtivo, exigindo seriedade e participação de toda a equipe

Como em toda profissão, no jornalismo também se erra. Seja por falha na apuração, erros de digitação (e, por que não, de português), correria do fechamento da edição e, o pior de todos, deficiência na checagem da informação que se obtém das fontes. O jornal impresso é um dos meios em que se percebe com mais clareza essa situação. Comumente, o leitor se depara com erros e informações incoerentes que nem sempre são corrigidas a tempo ou que ocorrem por falsos depoimentos de fontes nem tão confiáveis como deveriam ser.
A checagem da informação é imprescindível. Poderia ter evitado, por exemplo, que em reportagem publicada no dia 10 de novembro de 2009 no Diário Online, versão eletrônica do jornal "O Diário do Norte do Paraná”, tivesse estampado por alguns momentos a manchete “O "Hospital Municipal de Paranavaí é interditado após denúncias de irregularidades". Na verdade, o hospital que havia sido interditado é o de Paranacity, município que fica a 46 km de Paranavaí. Nesse caso, o conteúdo da reportagem estava correto. O erro só ocorreu na manchete. No caso do jornalismo online, o erro pode ser visto e alterado rapidamente. No entanto, se fosse no impresso, levaria no mínimo um dia para ser "consertado" com uma correção - diga-se de passagem, sem o mesmo destaque e espaço dados ao texto original.
Uma empresa jornalística deve zelar pela seriedade, ter compromisso com a verdade e checar as informações antes da publicação. Quando ocorrem erros frequentes a empresa acaba, de certa forma, perdendo a credibilidade do leitor, do internauta que acompanha as manchetes online e da sociedade, que confia aos jornalistas a responsabilidade de tornar públicos os fatos.
Uma falha gravíssima que deve (e pode) ser corrigida diz respeito às declarações das fontes consideradas “seguras” que, até por essa razão, acabam não são checadas pelos jornalistas. O editor, na pressão do fechamento, acaba negligenciando a leitura texto a texto e mesmo se a informação está completa ou se há algum dado confuso e/ou errado. Todo jornalista tem o dever de confirmar, checar e ter certeza daquilo que vai ser publicado. É função desse profissional, antes de escrever uma reportagem, estar convicto das informações que apurou.
Mas não devemos culpar apenas uma “peça” desse “quebra cabeça”. Antes de criticar os erros cometidos pelos jornalistas deve-se também apurar em quais condições de trabalho eles estão exercendo suas funções. Todo acúmulo de atividades pode, em última instância, comprometer a qualidade final do que se produz. Se isso vale para qualquer segmento, não pode ser diferente no jornalismo. A convergência das mídias está levando alguns a se desdobrarem para levar informação ao mesmo tempo a diversos públicos.
Para que essas novas rotinas não configurem, num curto espaço de tempo, prejuízo à qualidade da informação, é necessária a consciência dos jornalistas sobre a responsabilidade social que exercem. Treinamento específico, jornada e distribuição de tarefas compatíveis devem ser respeitadas. Depois vem o segundo passo, que fica com o jornalista. Deve conferir palavra por palavra, ter certeza da veracidade do que está publicando e não levar aos leitores meras reproduções de entrevistas.
Isso é o que chamamos de cuidado com a notícia, porque esse é o produto que o profissional da comunicação oferece. Não é só a imagem do jornalista que assinou a reportagem que está em jogo, mas a imagem da empresa toda e o trabalho que ambos desenvolvem. É um serviço prestado a toda a sociedade.
(Meiryellen Formigoni)
(Postado também em: www.jornalmateriaprima.com.br - EDITORIA - Crítica)
Um dos problemas mais questionáveis da sociedade desde a revolução industrial no século 18,é o crescimento desordenado que ocorre nos grandes centros do país em desenvolvimento. A maioria da população, que não tem condições de se instalar em locais adequados para moradia, acaba se fixando na periferia, muitas vezes em locais impróprios como morros e barranco, criando as favelas.
A situação das pessoas que habitam esses locais é crítica e perigosa, haja vista o desnível de terra e a precariedade das casas, pois sem condições mínimas de segurança, torna-se difícil a essa população erguer uma estrutura que suporte os fenômenos naturais, como as chuvas que destruíram mais de 200 casas no Morro do Bumba (RJ) no início do mês passado.
Segundo reportagem divulgada pelo jornal Correio Braziliense de 24 de fevereiro, no terremoto do Haiti em janeiro deste ano, 220 mil pessoas morreram soterradas nos escombros das construções. “ Uma nação que vivia em condições precárias agora enfrenta o desafio da sobrevivência”, disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva à reportagem. As pessoas que moram nas periferias do Brasil também vivem em condições precárias e num cenário pós-chuva acabam vivenciando praticamente uma questão de luta pela sobrevivência. O que indaga a voz brasileira é o questionamento sobre os R$800 milhões que o governo brasileiro enviou nos últimos cinco anos ao Haiti em missão de paz, (número divulgado no UOL notícias em 15 de Janeiro) e aos mais de R$ 20 bilhões que foram entregues após o terremoto. Toda a quantia poderia ter sido, também, aplicada para auxiliar no restabelecimento da ordem após as catástrofes naturais, cada vez mais comuns.
O governo brasileiro tem consciência do risco que as pessoas correm quando instalam suas casas em áreas periféricas, e esse risco aumenta toda vez que chove. O que falta é um pouco de atitude. Dinheiro, pelo jeito, o governo tem.
A necessidade de ajuda humanitária internacional é inquestionável, pois milhares de pessoas vêm sendo vítimas de tragédias da natureza que aconteceram pelo mundo nos últimos anos. Porém, o Brasil também não pode abrir mão dessa ajuda, que se faz necessária devido à precariedade das periferias. É perceptível que R$ 800 milhões gastos em cinco anos, não seriam suficientes para suprir todas as necessidades do país em relação à moradia em áreas de risco e que estão em formação, mas é preciso que haja um primeiro passo, um ponto de partida.
Quando o governo precisa de votos, promete melhorias, qualidade de vida e implantação da “igualdade social”, que de igual só tem promessas. Os anos passam, as gestões governamentais mudam, as promessas são sempre as mesmas e a situação da população brasileira continua igual.
Se o país tem capacidade para “socorrer” outros povos internacionais e outros países quando se encontram num estado de calamidade, provavelmente tem fundos para começar um trabalho de reestruturação de moradias dessas comunidades, ou dando condições para que esses indivíduos se fixem em locais seguros. É mais viável investir em medidas preventivas, do que ter de gastar muito mais depois, reconstruindo a destruição deixada por catástrofes que poderiam ser evitadas.
(Meiryellen Formigoni)
(Postado também em: www.jornalmateriaprima.com.br - EDITORIA: Opinião)

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Um Brasil de vencedores

E o sentimento é só um: decepção.
No lugar dos sons das vuvuzelas, o silêncio que tomou conta dessa sexta feira, 2 de julho.
O sonho do hexacampeonato, era vivido por todos os brasileiros que esperaram 4 anos para fazer história, esta que em 2006 também não aconteceu, e agora foi frustrada novamente.
Hoje por intactos 10 minutos após o apito final, eu me vi completamente pasmada frente ao monitor da televisão. Eu não conseguia levantar, não consegui raciocinar.
A decepção pesou sobre pesou sobre a cabeça. E logo eu, que nunca gostei de futebol, que no começo fiquei acanhada. Pois bem, me vi frente a frente com a derrota daqueles jogadores, com a derrota daqueles brasileiros que estavam na arquibancada, com o choro das crianças que foram para a Copa, ver "o Brasil vencer". Peguei - me incontestavelmente chocada.
O verde e o amarelo da vivez que o país carrega, realizou-se em tons de cinza.
O grito da vitória, foi engolido mais uma vez, e quem sabe será solto daqui a 4 benditos anos.
O problema dessa situação não é nem a derrota, é achar o "culpado" pela derrota.
Será Felipe Melo? O arbitro? A falta de vontade do Kaká? A personalidade do Dunga? Ou simplesmente falta de sorte?
Apesar da minha decepção, que também é decepção da população desse país, encontramo-nos divididamente na rotina.
Tivemos que voltar ao trabalho, querendo saber um pouco mais sobre o "final", de certa forma "não acreditando no ocorrido". Ouvimos falar durante toda a história futebolísitca que o Brasil é o "pais do futebol" e no entando a derrota foi por 2 x 1.
Contudo, o que conforta o povo brasileiro, nessas horas, é a vontade que todos têm, de cada dia melhorar mais. De ter um sorriso no rosto e a esperança de um futuro mais digno, mais colorido, e mais humano, trazendo sempre uma raça e um orgulho no peito: O de ser brasileiro!

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Fanatismo brasileiro “entra em campo”

(Reportagem feita pelos acadêmicos de Jornalismo: Meiryellen Formigoni e Pedro Henrique Grava)



Torcedores não se privam de comemorar as atuações da seleção no mundial e decoram o dia a dia com as cores da bandeira

Meiryellen Thais Formigoni Aggio
O maior torneio futebolístico da história, a Copa do Mundo, foi criado em 1928 pelo francês Jules Rimet. A primeira disputa ocorreu no Uruguai em 1930, e contou com a participação de 16 países. De lá pra cá, o torneio foi se consagrando e conquistando milhares de torcedores fanáticos ao redor do mundo. Este ano são 32 seleções disputando o título, entre as quais o Brasil, o único país à participar de todas as copas e conquistou o maior número de títulos.

Segundo o Sociólogo Selson Garutti, 40, a rotina do brasileiro muda quando o mundo entra em época de Copa. “A sociedade tem essa reação porque as pessoas precisam de sonhos, de heróis e crenças para sobreviver no sistema capitalista. Por esse motivo é que a população se identifica com aquilo que é mostrado como paixão unificada e legitima como se fosse algo necessário para a sobrevivência”, diz.

Nesta época, o patriotismo aflora e os fanáticos por futebol usam e abusam das diversas maneiras de se realizarem. Caras pintadas, casas decoradas, coleção de camisas, uniforme da seleção da cabeça aos pés. Pôsteres, cornetas e muita vibração na hora dos jogos. Tudo parece ser insuficiente para aqueles que elegeram o futebol brasileiro como parte essencial de suas vidas.

Segundo o estudante de Educação Física João Pedro Cazela, 20, demonstrar a paixão pelo futebol vai além de “baderna” na hora dos jogos. “Eu torço sempre. Não sou aquele cara só ‘de Copa’, que se fantasia, pinta a cara e acha que é torcedor. Eu acompanho os jogos, as notícias dos jogadores e o dia a dia da equipe. Eu sou torcedor o ano inteiro, não só a cada quatro anos.” Ele conta ainda, que desde pequeno coleciona álbuns de figurinhas das Copas do Mundo e é apaixonado pelo esporte, influência que resultou até mesmo na escolha do curso universitário.

Para o psicólogo Fernando Delarissa, o fanatismo é algo saudável desde que haja limites e consciência. “As pessoas querem se realizar de alguma maneira e acabam se identificando com coisas que se identificam com elas. O problema é quando o fanatismo vira excesso, porque os extremos são sempre prejudiciais.” Ainda de acordo com ele, as pessoas acabam perdendo a noção de valores e perdem também a noção do que seria de fato importante para a vida. Muitas deixam de comprar comida para obter objetos que satisfaçam o desejo fanático. “ É preciso ter controle”, alerta.


Copa do Mundo, a loucura verde e amarela


Rostos pintados, casas decoradas, cornetas, pôsteres e muita torcida compõem o universo do futebol brasileiro


Pedro Henrique Grava
Quando se fala em Copa do Mundo é impossível não apontar o Brasil como favorito ao título, pois é o único pentacampeão e conhecido mundialmente por ser o “país do futebol”. A relação do brasileiro com o futebol é muito forte. Desde pequeno cresce em um cenário onde esse esporte é considerado uma paixão nacional. Em ano de Copa do Mundo, cria-se um clima, em que todos são contagiados por essa emoção. Basta sair às ruas para ver comércio e casas decorados com bandeiras, pessoas por todos os lados com camisa da Seleção, rosto pintado, cornetas, unhas pintadas de verde e amarelo, enfim, todos buscando mostrar a paixão pelo futebol.

Ana Elisa Casasa, 26, dona de uma concessionária de veículos, conta que contratou pessoas especializadas para decorar o estabelecimento e aproveitou o clima de Copa para atrair clientes. “A Copa mexe com todos os brasileiros, até com aqueles que
não entendem de futebol. Como o esporte é uma paixão, decoramos a loja para atrair nossos clientes e para que eles se sintam em casa.”

Há quem diga que futebol é um esporte somente para homens, que mulheres não entendem nada e que só ficam olhando as pernas dos jogadores. O professor de educação cristã Fábio Rafael Vitoreti Costa, 28, torcedor fiel da Seleção Brasileira, pensa diferente. “Aqui em casa, por exemplo, sou o único homem.
Comprei camisa e vários outros acessórios para minha esposa e minha filha. Não penso que futebol é um esporte só para homens. Gosto da presença delas do meu lado, sinto que dividimos a mesma alegria quando o Brasil vence”, diz.

Costa ainda conta que viu no futebol um modo de incentivar a filha Sara Vitória de 2 anos, a crescer com uma identidade patriota. “Todos os jogos quero assistir com ela. Se desde pequena estiver inserida em um meio onde demonstramos uma paixão pelo país, tem grandes chances de ser como eu. Ter uma identidade patriota além dos gramados.”

A paixão do brasileiro por esse esporte é realmente grande. Não é exagero dizer que existem torcedores fanáticos. Os vizinhos Jean Polônio, 35 e Éder Ferreira, 52, representantes comerciais, são moradores da Rua Carlos Meneguetti, Zona 17, região sul de Maringá. Ambos dizem ser torcedores fanáticos da Seleção Brasileira. Como prova disso, passaram o ultimo dia 12 decorando com bandeirinhas a rua e as casas deles, pintando postes, árvores, calçadas de verde e amarelo e até uma bandeira do Brasil no meio da rua. “Somos torcedores fanáticos, adoro futebol e, como todo brasileiro, sou apaixonado por futebol. Resolvemos decorar a rua para transmitir essa emoção aos demais, para todos entrarem no clima e torcer pelo Brasil”, diz Polônio.

De acordo com Ferreira a torcida não acaba somente nas decorações. “Cada jogo é [assistido] em uma casa”. Na estréia do Brasil, no ultimo dia 15, todos assistiram ao jogo na casa dele.A designer de interiores Laudiceia Dias, 41, explica o porquê de as pessoas gastarem tempo e dinheiro com decoração. “Através da decoração é possível você expressar o que é, aquilo que gosta. Mostra para todos suas emoções. Como o brasileiro é fanático por Copa, é comum ver por aí nem que seja uma simples bandeira, pendurada nas casas”.


Por: Meiryellen Formigoni e Pedro Henrique Grava)
(Publicado também em www.jornalmateriaprima.com.br - EDITORIA: Reportagem)

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Desespero


Existem dias em que se tem vontade de ser um verdadeiro super herói. Daqueles com poder invisível sabe?
Acredito que seria mais facil não ter um ataque de nervos.
Essa correria toda, as vezes me deixa sem ar. Sem coragem para acordar. Queria ficar o dia todo enrolada no meu mega edredon roxo florido.
Crescer não é tão fácil como se pensa, nem tão gostoso quanto parece.
A medida em que a liberdade aparece, as reponsabilidades aumentam.
É o telefone que não para de tocar, o tic tac das 5 da tarde e a luz apagada da meia noite.
O dia começa sempre muito cedo, e como se fosse surpresa: termina super tarde.
Eu tenho várias personalidades durante o dia. Algumas pareço a meiguice em pessoa. Em outras eu me indentifico com um leão pronto para dar o bote. Mais, a personalidade que mais me agrada, é aquela que aflora quando me encontro com a outra metade da minha laranja.
E o que importa se eu for 6 pessoas ao mesmo tempo? No trabalho eu ja me desdobro em 10 e a recompensa é dada dia após dia.
O que importa, o que conta e o que facilita é que embora eu tenha vários "eu" dentro de mim e cada um tenha um significado, um limite ou pasciência, cada um desses "eu" possuem um tanto de doçura e outro tanto de loucura. Quando menos me dá na telha, eu já estou prestes a mandar um chingamento boca a fora.
Embora eu não me acostume com os "EUS" existentes e com as forças que se fazem necessárias durante um período curto de 120 horas ( que é quando acaba a minha semana), eu me reinvento e tento ao menos trazer em cada um deles, aquilo que eu tenho de melhor. Sendo a melhor amiga dos "teletubies" ou a "bruxa do 71" que me assustava aos 11.
Matando um leão por dia e deixando mil borboletas voarem ao som dos meus risos.
" Cada um sabe a dor e a delícia, de ser o que é."

terça-feira, 18 de maio de 2010

Falta de investimento desmorona vidas


Em meio às catástrofes ambientais já ocorridas no período de janeiro a abril, o descaso com a população é visível

Um dos problemas mais questionáveis da sociedade desde a revolução industrial no século 18,é o crescimento desordenado que ocorre nos grandes centros do país em desenvolvimento. A maioria da população, que não tem condições de se instalar em locais adequados para moradia, acaba se fixando na periferia, muitas vezes em locais impróprios como morros e barranco, criando as favelas.

A situação das pessoas que habitam esses locais é crítica e perigosa, haja vista o desnível de terra e a precariedade das casas, pois sem condições mínimas de segurança, torna-se difícil a essa população erguer uma estrutura que suporte os fenômenos naturais, como as chuvas que destruíram mais de 200 casas no Morro do Bumba (RJ) no início do mês passado.

Segundo reportagem divulgada pelo jornal Correio Braziliense de 24 de fevereiro, no terremoto do Haiti em janeiro deste ano, 220 mil pessoas morreram soterradas nos escombros das construções. “ Uma nação que vivia em condições precárias agora enfrenta o desafio da sobrevivência”, disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva à reportagem. As pessoas que moram nas periferias do Brasil também vivem em condições precárias e num cenário pós-chuva acabam vivenciando praticamente uma questão de luta pela sobrevivência. O que indaga a voz brasileira é o questionamento sobre os R$800 milhões que o governo brasileiro enviou nos últimos cinco anos ao Haiti em missão de paz, (número divulgado no UOL notícias em 15 de Janeiro) e aos mais de R$ 20 bilhões que foram entregues após o terremoto. Toda a quantia poderia ter sido, também, aplicada para auxiliar no restabelecimento da ordem após as catástrofes naturais, cada vez mais comuns.

O governo brasileiro tem consciência do risco que as pessoas correm quando instalam suas casas em áreas periféricas, e esse risco aumenta toda vez que chove. O que falta é um pouco de atitude. Dinheiro, pelo jeito, o governo tem.

A necessidade de ajuda humanitária internacional é inquestionável, pois milhares de pessoas vêm sendo vítimas de tragédias da natureza que aconteceram pelo mundo nos últimos anos. Porém, o Brasil também não pode abrir mão dessa ajuda, que se faz necessária devido à precariedade das periferias. É perceptível que R$ 800 milhões gastos em cinco anos, não seriam suficientes para suprir todas as necessidades do país em relação à moradia em áreas de risco e que estão em formação, mas é preciso que haja um primeiro passo, um ponto de partida.

Quando o governo precisa de votos, promete melhorias, qualidade de vida e implantação da “igualdade social”, que de igual só tem promessas. Os anos passam, as gestões governamentais mudam, as promessas são sempre as mesmas e a situação da população brasileira continua igual.

Se o país tem capacidade para “socorrer” outros povos internacionais e outros países quando se encontram num estado de calamidade, provavelmente tem fundos para começar um trabalho de reestruturação de moradias dessas comunidades, ou dando condições para que esses indivíduos se fixem em locais seguros. É mais viável investir em medidas preventivas, do que ter de gastar muito mais depois, reconstruindo a destruição deixada por catástrofes que poderiam ser evitadas.

Por: Meiryellen Formigoni (www.jornalmateriaprima.com.br) MENU : Opinião

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Adolescente coleciona cactos como hobby



O que começou como brincadeira de escola virou paixão; estudante encontrou satisfação cuidando da planta

É comum adolescentes colecionarem figurinhas, CDs, adesivos, revistas etc. Porém, no Jardim Monte Belo, zona oeste de Maringá, um colecionador se destaca entre os demais. Ele tem paixão por colecionar minicactos.

O estudante Pedro Henrique Simião, 16, coleciona a planta desde os 14 anos e hoje cultiva cerca de 20 vasos. “Tudo começou com uma brincadeira de escola, para ver qual dos meninos conseguiria juntar mais espécies. Como sempre gostei de coisas diferentes a paixão pelos cactos continuou até hoje. Os espinhos me encantam e afastam os curiosos”,brinca.

Segundo a psicóloga Melck Kelly Piastrelli, 28, pós-graduada em Gestalt Terapia ( que estuda a forma), o ato de colecionar nessa idade é algo natural e pode ser considerado uma forma de distração, hobbie. “Pela história de Pedro e pelo fato dele admirar os espinhos da planta, pode significar a revelação de uma parte de sua personalidade, possivelmente introspectiva”, afirma Piastrelli.

A mãe de Pedro, Maria de Lurdes Simião, 39, também é apaixonada por plantas e cuida muito bem das flores que tem. “Comecei com uma avenca que peguei na beira de uma cachoeira, quando eu tinha 16 anos. Hoje tenho mais de 50 vasos com flores de diversos tamanhos, espécies e cores. Admiro muito a beleza e estou limpando meu quintal para plantar violetas. Meu marido já sabe, quando quer me dar algum presente, compra uma flor”, diz.

De acordo com Karina Fidanza, 30, professora de biologia do Cesumar (Centro Universitário de Maringá), não é comum encontrar cactos no Paraná. “Os cactos são facilmente encontrados na região Nordeste do Brasil, e para serem saudáveis necessitam de luz do sol e um pouco de água. Já os minicactos, necessitam de um pouco mais de água e de atenção maior, pois são muito jovens e apresentam menor resistência à exposição solar”, afirma Fidanza, que é doutora em botânica pela Unicamp (Universidade de Campinas).

“Não importa o preço que eu tenha que pagar para ter cada muda diferente. Gosto de olhar todos os dias, ver como eles cresceram e saber que fui eu quem cuidou, regou e colocou ao sol. Eu não tenho bicho de estimação, mais o cacto ocupa o meu tempo, e o meu carinho” compara Pedro.


(Por: Meiryellen Formigoni / Publicado no www.jornalmateriaprima.com.br)

terça-feira, 27 de abril de 2010

É por você...


O caminho é árduo, cansativo, estressante...
As luzes são fortes e garanto não é o fim do túnel de uma história feliz: algumas quase chegam a cegar.
Por aqui nesse mundo vasto de informações também existe a previsível contagem regressiva: três, dois, um... gravando!

O corre, corre me deixa louca, e quem sabe um dia, com a pressão arterial de 18,5 igual o mestre de história.

Mesmo assim eu decidi: vou seguir.

Quando me disseram que seria difícil, que os tapetes seriam puxados e que vez ou outra o coração ia doer, eu fixei os dois pés no chão com concreto e, nas costas, carreguei sempre o meu melhor escudeiro: as bençãos de Deus.

Eu já encontrei algumas pedras e já sai por ai, chorando e soluçando feito criança. Precisando de colo, de descanso para os pés cheios de bolhas, de algo plausível que me rendesse ao menos, uma boa pauta.

Nada fora do contexto do que já haviam me contato, nem fora das diretrizes curriculares da academia...
Porém, o mais interessante ninguém nunca me explicou.
Esqueceram que nada disso importa se não correr o sangue apaixonado nas veias, se não houver vontade de ver e ter um futuro social mais digno e uma força de vontade imbatível quando o cansaço tentar aparecer.

Os mestres da vida, pularam alto as cercas da cidade grande e esqueceram que bem ao lado da casinha sem pintura, humilde e de madeira, existe sempre uma boa história pra contar.

Ainda não possuo um currículo com furos, primeiras capas ou um 10 em reportagem.
Mas estou descobrindo pouco a pouco, aquilo que esqueceram de me contar...
Que além da redação turbulenta, do barulho infernal dos telefones e das desculpas pelo que "não é feito", se descobre no apaixonado pelo que faz, a paz interior de missão cumprida.

Quando eu era pequena, esqueceram de me mostrar na escola, que alem do ABC o que vale na vida é lutar pelo que se quer, e que é possível sim alcançar os sonhos e ser feliz.

É por você que meu coração pulsa, meu sangue corre e minha inspiração aflora.
É pela correria da minha vida que será sempre atropelada pelo relógio...
É pela falta de descanso, busca por justiça e incansável legitimação da verdade.

É por você jornalismo.

(Por: Meiryellen Formigoni)

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Projeto de bairro destaca cultura afro

Atividades desenvolvidas por meio de oficinas melhoram o relacionamento social da comunidade do João de Barro

A Praça Zumbi dos Palmares, localizada bem no meio do Conjunto Habitacional João de Barro, zona sul de Maringá, é palco para atividades que, desde 1995, buscam apoiar a população negra do bairro e homenagear a cultura afro descendente. Embora não tenha nem sede própria, o Centro Cultural Jhamayka - nome oficial do projeto - funciona graças à dedicação do servidor público Osmar Batista, 51, o Jamaica, como é conhecido no João de Barro.

Com apoio de familiares, amigos e profissionais especializados, Jamaica criou oficinas para disseminação da cultura afro com a participação da comunidade. Essas oficinas contam com a ajuda de Paulo Francisco, 38, o popular Bahia, que além de educador social é especialista em cultura afro brasileira.

Bahia, por meio de seus conhecimentos auxilia no contexto teórico do projeto. “Os jovens que participam de oficinas, como a de capoeira, não aprendem apenas como lutar. Aprendem também o significado disso tudo na cultura afro”, explica. Além da capoeira, o projeto desenvolve oficinas de percussão, trançando cultura, o Conto do Nagô, e Dança Africana que ocorrem duas vezes por semana, na Praça Zumbi dos Palmares, no bairro.

Segundo Jamaica, as crianças que participam das oficinas melhoram a própria desenvoltura. “Muitas têm por natureza a timidez e a dificuldade para se relacionar, mas ao entrarem em contato com as atividades e com as outras crianças, acabam se soltando, e isso é perceptível até mesmo para a família.”

Segundo a empregada doméstica Luciane Santos, 28, mãe dos gêmeos Maicon e Marlon, 9, as oficinas melhoraram muito o desempenho de seus filhos no colégio. “Antes eles não participavam das aulas porque tinham vergonha. Hoje o difícil é fazer com que eles fiquem quietos,” afirma. “A gente não vê a hora de chegar em casa, colocar o uniforme e ir para o treino”, completa Marlon.

Na casa de dona Márcia da Silva, 34, não é diferente. A filha Amanda, 10, participa de duas oficinas, Dança Africana e Capoeira. “A Amanda fica muito ansiosa quando tem apresentação de dança, e isso me deixa contente, porque enquanto ela pensa em dançar, não se desvia para o lado errado”, afirma.

“O nosso foco principal são os jovens. Nós queremos que eles tenham consciência daquilo que é correto. Como educador social, acredito que independentemente da cultura ou das condições que cada um vive, o importante mesmo é que o nosso trabalho continue, e que o tema do nosso projeto sirva de exemplo para toda a sociedade. Hoje quando o Jamaica diz que transformar é possível, eu acredito”, declara Paulo Francisco.

(Por: Meiryellen Formigoni / Para: Jornal Matéria Prima, edição 293)

linck: http://www.jornalmateriaprima.com.br/menu/geral/?id=95



sexta-feira, 5 de março de 2010

As lições da vida

Vez ou outra você cai. Vez ou outra você treme na base.
Mais embora o tombo seja grande, e a base amedrontadora, cada vez que você cai, ou treme...
se levanta ainda mais forte e ganha um equilíbrio ecepional no fim da história.
Nada é 100% ruim e também nada é 100% triteza.
Não há desespero que um dia após o outro não cure, e nem algo tão ruim que não possa ser superado.
Tudo tem o lado bom. E também o mais ou menos.
A vida nos ensina as maiores e mais complexas lições por meio da dor e das quedas.
Nunca vi ninguém aprendendo a ser forte e acreditar em si, assistindo o zorra total.
Se algo ainda não deu certo, é porque você ainda não está pronto para passar por essa 'prova'.
Destino, Deus ou nossas escolhas?
Bem, para entrar em uma discussão como essa, eu teria que me aprofundar melhor em diversas teorias.
Mas, uma coisa eu digo: Só eu sei o que a vida me ensinou, e o tanto que eu aprendi.

(Por: Meiryellen Formigoni)

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

"Inteligentível"


"Não ligue pro que eles vão falar, ninguém esta aqui no seu lugar".
Os outros literalmente não se importam.
Não interessa o quanto você faça, ou o quanto você se esforce. Vai ter sempre alguém pra criticar, pra por defeito.. mais ninguém capaz de fazer "aquilo" melhor do que você. Ninguém tem o talento que foi disperto no teu interior. Cada ser é unico, e é responsavel pelo que cria, compete, insulta ou cativa.
Embora as coisas caminhem para liberdade de expressão de movimento e de ideais... isso nunca será o bastante pra quem esta do lado de lá do discurso, da fronteira, da tv, da passarela, ou mesmo do telefone.
Será que a busca pela perfeição é tão sabia assim? Sempre vai haver críticas. Pela 'turbinação' ou pela falta dela.
Eu ao inves de sofrer para agradar os outros, prefiro me convencer com a auto realização.
Estereotipos femininos, corpos malhados e esqueléticos, desnutridos e infelizes? Acredito que de nada vale corpos sarados anabolizados, e um crânio OCO!
Enquanto as pessoas ganham dinheiro turbinando seus corpos moldados , eu trabalho com o cérebro.
Enquanto estes seres ficam cada vez mais vazios, eu me encho de saber.
Eu tenho fome por coisas novas, pelo que é belo e "inteligentível".
(Por: Meiryellen Formigoni.)

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Acreditar em si mesmo. Que coisa simples não?!
Apresento lhes a outra face da moeda: a insegurança.
Quando essa palavra se dirige juntamente com os sonhos, estes tem 70% de chances de serem deixados pra lá, como se fossem apenas folhas secas de outono.
Acreditar em si mesmo é o mínimo que se pode ter na vida.
Amar - se antes de amar ao proximo, acreditar nos próprios talentos antes de cobrar credibilidade dos outros.
Os sonhos de cada um, necessitam de muito esforço e paciencia. Devem começar devagar , assim como as bolhas de sabão que são formadas apenas por um sopro.
Estas começam pequeninas porém, depois da persistência de quem as cria, elas crescem e então se encontram com a força do vento e ganham o céu.

Tudo depende da sua força pessoal, e no poder que as palavras tem.
Já dizia Renato Russo: " Quem acredita SEMPRE ALCANÇA, confie em si mesmo".
O que você esta esperando?!.

Por: Meiryellen Formigoni
Hoje eu me senti sozinha, pra baixo e sem forças.
Ninguém parecia me entender ou me ouvir e talvez, os meus desejos não fossem nada mais que sufoco.
Hoje eu chorei sozinha, eu tremi na base e não tinha ninguém além de eu mesma para me fazer companhia.
As lágrimas cairam e secaram. O aperto no peito veio, foi embora e está voltando e no entando eu não ouço o telefone tocar e nem a voz de ninguém para me socorrer.
Hoje eu percebi que muitas pessoas precisam de mim de verdade, porém, quando eu mais preciso delas tenho que esperar pelo "depois", "pra hora que der", "puder".
Analisei tudo e percebi também que todos conseguem apontar pelo menos 10 falhas ou 10 defeitos meus todos os dias, enquanto isso, os elogios ficam guardados na gaveta dos meus desejos.
Se sinto dor é drama, se eu preciso de atenção é sufoco, se eu preciso desabafar todo mundo ta muito ocupado pra ouvir, e quando eu falo o que penso é porque tenho gênio dificil de lidar.
Quaisquer coisas que eu faça ou digam vão me deixar assim...
Na espera anciosa por um reconhecimento, vou deixando aqui mais linhas tristes de uma história meio frustrada...
... de uma garota que só queria ser feliz.

Por: Meiryellen Formigoni