sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Não da pra ser normal, se é humano

Eu nunca vou me acostumar com a morte, mesmo quando fala-se em desconhecidos.
Não vai ser normal. Não vai se tornar normal.
E nenhum psicólgo, vai tentar me explicar o que envolve esses conflitos humanos...
Muito menos a frieza e o calculismo.

Nada muda, depois que tantos homens, mulheres, crianças e principalmente inocentes, não ficaram.

Ali, naquele cantinho escuro, naquele cenário de filme de terror... pode ser debaixo da ponte, à beira do rio, do trem, das matas, dentro dos carros ou embaixo dos caminhões. Recordo-me também, de vários capacetes pelo asfalto.

"Ali", morre um futuro.

A desatenção...
O copo de bebida, o último cigarro .
Morre- se, sem querer morrer.
Ali, uma mão amiga. Também a mão que rouba e a que atira.
Um inocente. Um trabalhador. A dona de casa que foi sequestrada.

Morre- se também porque chegou a hora.

Morre, aquele que salva. Aquele que cria... e o que condena também.

E o mais triste, é que hoje em dia, "MORRE-SE DE GRAÇA!"

Alguns pagam com a vida... R$ 5, por R$ 2 ou menos ainda...

Morre-se por ser justo. Ou por lutar pela justiça...
Morre-se pelo destino. Pelo envolvimento ou recusa a ele.
Morre-se pelo ódio .. Pelo desprendimento da alma e desvalorização à vida.
Morre-se inclusive, tentando viver.

Pedaços estilhaçados de vidas, de sonhos.
Cartuchos de balas espalhados pelo chão...
Objetos cortantes, que tiram a alegria.. a alma e o semblante...

E isso não me parece algo normal.

Porque ali, antes de qualquer história, roteiro ou identificação...
Existia uma vida, que só cabe a um homem tirar.

Não que seja menos doloroso quando "ELE" tira.

É apenas.... maais...

... aceitável.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

"De volta pra casa"

Eu voltava pra casa no frio da madrugada. Com os copos vazios e o coração cheio de conflitos.
Eu voltava pra casa, voltava pro meu lar. Pra minha "antiga felicidade".
Voltava pro "aconchego de incertezas"... pras dúvidas ao nascer do sol.
Voltava sim, de uma vida monótona.. de um mar de insatisfação para um novo rumo.
Eu voltava a sorrir. Ou será que eu nunca tinha deixado de o fazer?
Mas no meio do caminho, eu pude parar e perceber o quanto de coisas eu tive que mudar...
O quanto de coisas eu aprendi ...
E o quanto as vezes é importante, ignorar.
E eu entendi, que as coisas só começam a acontecer, quando se para de esperar.
Sem perspectiva de acontecimentos, de palavras, de conselhos, de movimentação no interior da alma... Parei de esperar.
E as coisas simplesmente, passaram a acontecer...
E no momento em que eu me aproximava de casa... eu parei por um instante para admirar a estrada.
Foi quando me deparei com um mar de luxúrias alheias.
Um mar de interesses.. de falcatruas.
Um mar de calos, provocados pelas decepções da alma.
Por decepções de quem sempre, espera demais.

Cansada de correr, simplesmente preferi caminhar e acompanhar a beleza dos riachos, dos ladrilhos e dos pássaros cantando ao início da cada manhã...

Mas nada, de mais ninguém.
E acho que essa foi a única forma, de não sofrer decepção.
Não, pelo menos, daquelas que machucam...


E continuando o meu caminho de volta pra casa, senti de novo a briza do vento tocar meu rosto... Senti o tão almejado "friozinha na barriga", as pernas tremendo e o coração pulsando de ansiedade... sem saber o que o resto da estrada irá trazer...

Encontro-me, portanto, com minha outra metade.
A metade de meu ser que sabe ser feliz... e sabe se cuidar muito bem.

Com direito a trilha sonora, roteiro, e telespectadores...
Eu percebi que este novo caminho de volta pra casa, depende só de mim.


(: