Eu nunca vou me acostumar com a morte, mesmo quando fala-se em desconhecidos.
Não vai ser normal. Não vai se tornar normal.
E nenhum psicólgo, vai tentar me explicar o que envolve esses conflitos humanos...
Muito menos a frieza e o calculismo.
Nada muda, depois que tantos homens, mulheres, crianças e principalmente inocentes, não ficaram.
Ali, naquele cantinho escuro, naquele cenário de filme de terror... pode ser debaixo da ponte, à beira do rio, do trem, das matas, dentro dos carros ou embaixo dos caminhões. Recordo-me também, de vários capacetes pelo asfalto.
"Ali", morre um futuro.
A desatenção...
O copo de bebida, o último cigarro .
Morre- se, sem querer morrer.
Ali, uma mão amiga. Também a mão que rouba e a que atira.
Um inocente. Um trabalhador. A dona de casa que foi sequestrada.
Morre- se também porque chegou a hora.
Morre, aquele que salva. Aquele que cria... e o que condena também.
E o mais triste, é que hoje em dia, "MORRE-SE DE GRAÇA!"
Alguns pagam com a vida... R$ 5, por R$ 2 ou menos ainda...
Morre-se por ser justo. Ou por lutar pela justiça...
Morre-se pelo destino. Pelo envolvimento ou recusa a ele.
Morre-se pelo ódio .. Pelo desprendimento da alma e desvalorização à vida.
Morre-se inclusive, tentando viver.
Pedaços estilhaçados de vidas, de sonhos.
Cartuchos de balas espalhados pelo chão...
Objetos cortantes, que tiram a alegria.. a alma e o semblante...
E isso não me parece algo normal.
Porque ali, antes de qualquer história, roteiro ou identificação...
Existia uma vida, que só cabe a um homem tirar.
Não que seja menos doloroso quando "ELE" tira.
É apenas.... maais...
... aceitável.