(Publicado também em www.jornalmateriaprima.com.br)
_________________________________________________
Namoro fast-food, tendência no século 21
_________________________________________________
Namoro fast-food, tendência no século 21
A busca por prazer tornou-se fundamental nos relacionamentos; agora é na prática sexual que os casais se conhecem
Até recentemente o namoro representava a fase em que homem e mulher passariam mais tempo juntos para se conhecer. Era nesse período, num processo relativamente lento, em que se percebiam semelhanças e diferenças que poderiam levar a um longo ou a um curto tempo de convívio. Assim como a sociedade, o namoro se modificou com os anos, mas está longe de representar aquele tempo de descobertas. O namoro, agora, pode estar se tornando apenas uma busca mais acelerada, e facilitada, por sexo e prazer. Houve mudanças na sociedade. Hoje as pessoas têm outros valores, a cultura mudou, os costumes se modificaram. O que era proibido há algum tempo, hoje não é mais. O namoro é um desses fatores, que deixa bem claro como a forma de "conhecer o outro" passou por um contraste. A vendedora de caldo de cana Ângela Veçanha, 61, relembra como era o namoro na época em que era jovem. “Antigamente, no namoro, a moça sentava-se em um canto e o moço do outro, não tinha esse negócio de ‘agarra-agarra’. Não tinha isso de ‘ficar’, namorar era coisa séria. Era necessária a aprovação dos pais”, disse. Para Ângela a influência da mídia, a ausência dos pais e a forma de as mulheres se vestirem, ajudaram para que o namoro perdesse a essência. A mudança de comportamento das pessoas na sociedade veio acarretar transformações no modo de se relacionar, não apenas no namoro. De acordo com a psicóloga Gilcinéia Rose da Silva Santos, os vínculos afetivos são importantes nesse momento. “Os pais precisam ter mais tempo com os filhos. O contato é pouco, então esses filhos, dessa sociedade modernizada, levam isso para o relacionamento, onde vai existir um não envolvimento, por causa de ‘N’ motivos. Um deles é esse conhecer um ao outro, aprender a conviver com os defeitos da pessoa, aprender a se frustrar e mesmo assim estar junto. Os jovens têm dificuldades de aprender isso em casa”. Ela completou: “Hoje, vemos os relacionamentos como fast-foods, uma comida rápida, eu preciso experimentar tudo e muito rapidamente para ver se essa pessoa é boa o suficiente para mim. Senão, já vou trocá-la”. O sexo casual é algo que cada vez mais está sendo praticado. O prazer está sendo buscado compulsivamente. A sexóloga Eliane Rose Maia Braga explicou o motivo de as pessoas, hoje, interessarem-se tanto por sexo nos relacionamentos e fora deles também. “Antigamente, o desejo ficava escondido, negado, sublimado, hoje não. Se as pessoas têm desejos elas transam, se os indivíduos se respeitam, e sabem o que querem da vida deles, não tem problema. Sexo é bom, para quem gosta e para quem faz consciente. É, sim, uma forma de se conhecer. A mídia é uma das principais influências para as pessoas exporem os desejos. Controla desde crianças até adultos”. Para Eliane, em um relacionamento, as pessoas devem ter respeito por sí e pelo outro. “Deve existir diálogo entre o casal, aprender um ao outro é vital, e, claro, amar-se. Assim, acredito que serão felizes”.
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário